Todos nós já ouvimos isso. Você está navegando pelos Reels do TikTok ou do Instagram e ouve a melodia familiar de uma música, embora com algumas mudanças. Seja "Vegas", de Joseline Hernandez, ou "Say It Right", de Nelly Furtado, as músicas aceleradas estão conquistando o mundo. Antes limitadas a sons personalizados que os usuários adicionavam aos seus vídeos curtos, gravadoras, criadores e artistas agora buscam alterar o ritmo de seus catálogos, na esperança de emplacar o próximo grande sucesso.
Onde tudo começou
Embora se possa presumir que este seja um conceito relativamente novo, músicas aceleradas já circulam pela internet há algum tempo. As comunidades do YouTube e do Soundcloud assumiram o controle, pegando discos underground e transformando-os no que eram chamados de remixes "Nightcore". Já há 10 anos, as pessoas transformavam sucessos atuais como "Every Time We Touch", do Cascada, em remixes de alta octanagem com andamentos alucinantes.
Com o passar do tempo, a influência do Nightcore começou a se espalhar para outras formas populares de música, o que levou artistas como 100Gecs a emergir com um pop altamente processado que só pode ser descrito como algo disparado de um canhão.
Da tendência à ferramenta de marketing
No mercado atual, gravadoras de todos os tamanhos buscam impulsionar o crescimento de suas faixas por meio de músicas aceleradas. "Antigamente, usávamos remixes de baladas para diversificar a visibilidade de um disco", disse Nima Nasseri, da Universal Music, recentemente à Billboard. O objetivo, em essência, era criar uma passarela mais longa que impulsionasse o crescimento para o lançamento principal em uma janela maior. Hoje, por uma fração do preço, uma gravadora ou artista pode ter um lançamento recente acelerado por meio de uma conta no TikTok e observar como ele acumula streams e gera novo engajamento.
Os benefícios para todas as partes interessadas são multifacetados. Para as gravadoras, os catálogos agora podem encontrar uma nova vida nas mídias sociais simplesmente disponibilizando uma versão acelerada para os usuários integrarem ao seu conteúdo. Sem um orçamento de marketing ou remix, novas campanhas podem ser lançadas, impulsionando o crescimento até o lançamento real nas plataformas de streaming.
Para os artistas, músicas que talvez não tivessem sido lançadas no lançamento inicial agora têm a oportunidade de se tornar um sucesso. Uma mudança no BPM pode virar uma faixa completamente de cabeça para baixo, atraindo um fã que talvez não tenha gostado da original. Para os criadores, novas carreiras estão surgindo a cada dia, com TikTokers populares fechando acordos com grandes gravadoras para serem os criadores oficiais de suas músicas aceleradas.
A desvantagem
Embora acelerar suas próprias músicas possa ser uma maneira impactante de aumentar seu catálogo, muitas vezes faixas aceleradas surgem do nada, com DJs ninjas da internet sorrateiros apertando o botão x2 na sua faixa e lançando-a como se fosse deles. Isso cria uma situação complicada em que a faixa acelerada se torna difícil para um artista reivindicar direitos autorais.
Quando essas faixas questionáveis viralizam, os artistas são forçados a tomar decisões cruciais sobre como proceder. Entrar com ações judiciais, sacrificando a visibilidade que uma faixa viral e não reivindicada proporciona, ou deixá-la seguir em frente e torcer para que os streams de crossover rendam mais. De qualquer forma, dinheiro está sendo deixado de lado.
Conclusão
Hoje em dia, faixas aceleradas são frequentes e amplamente difundidas, com artistas em todos os lugares perdendo espaço, enquanto outros embarcam na onda e lançam versões aceleradas de suas faixas junto com as originais. Embora essa possa parecer a solução óbvia, o ritmo é algo que os artistas escolhem por um motivo, e muitos considerariam essa solução carente de sofisticação.
Dito isso, essa mudança no mercado é abrangente e poderosa, e esse movimento poderoso provavelmente incitará mudanças. Embora as faixas aceleradas estejam atualmente em uma zona moralmente cinzenta dentro da indústria, espera-se que o próximo ano veja mudanças substanciais para melhor. Uma tecnologia melhor e uma legislação mais clara contribuiriam significativamente para o desenvolvimento dessa nova tendência musical, transformando-a em um gênero mais legítimo, com regras e regulamentos.
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